sexta-feira, 13 de julho de 2018

As sementes revolucionárias | A Revolução Chinesa

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A Coleção "Revoluções do Século 20", organizada pela historiadora Emília Viotti da Costa e publicada pela Editora UNESP, apresenta um extenso número de produções. Elas buscam retratar, a partir do trabalho de diversos autores, alguns dos levantes revolucionários ocorridos no mundo ao longo do século XX e os debates por eles suscitados. Alguns dos países selecionados são África do Sul, Argélia, Chile, Coreia do Norte, México, Portugal e Venezuela. Nesta postagem, será resumido o primeiro capítulo do livro "A Revolução Chinesa", escrito pelo jornalista brasileiro Wladimir Pomar. Buscarei resumir as principais informações do primeiro capítulo a fim de que o leitor conheça parte do conteúdo do livro e, ao seu interesse, leia-o integralmente.

"Uma longa viagem começa com um único passo."
Lao-Tsé

        
                1.      As sementes revolucionárias

"A China é um dos berços da civilização humana." Esta frase abre o livro e sintetiza a relevância da China para a história da humanidade. Estudos arqueológicos atestam que há mais de seis mil anos atividades agrícolas e pecuárias já eram realizadas no atual território chinês, ou seja, sua história já se encontra ativa desde um passado distante. A invenção da escrita chinesa, composta por ideogramas, coincidiu com a formação de sua primeira sociedade estatal, a dinastia Xia, durante os séculos XXI e XVI a.C, isto é, há mais de quatro milênios.
Durante o período da Primavera e Outono e dos Reinos Combatentes (séculos VIII-III a.C), a China testemunhou o florescimento de aspectos filosóficos, técnicos e religiosos. Neste momento, surgiram indivíduos como Confúcio, Lao-Tsé e Sun Tzu que, com suas reflexões e ensinamentos, influenciaram gerações de pessoas por séculos. No fim do século III a.C (221-207 a.C), Qin Shi Huangdi, um poderoso senhor da região do Huang Ho, o Rio Amarelo, centralizou e unificou a China, estabelecendo assim a dinastia Qin, muitos séculos antes dos Estados absolutistas europeus.
Resultado de imagem para grande muralha da chinaDentre os feitos da dinastia Qin estão: unificação da escrita, medidas e moeda; estabelecimento de prefeituras e distritos, construção de palácios e da Grande Muralha da China, que se estende por mais de 21.000 km, além do desenvolvimento de matérias-primas como ferro, bronze e cerâmicas. Problemas agrícolas e revoltas camponesas, estas últimas muito frequentes na milenar história chinesa, foram importantes na derrubada da dinastia Qin por Liu Bang e Xiang Yu. Posterirmente, Liu Bang derrotou Xiang Yu e estabeleceu a dinastia Han, que se estendeu por mais quatro séculos. Durante o domínio Han, os chineses começaram a fabricar o papel e abriram a primeira rota de comércio terrestre com o Ocidente, a Rota da Seda. Porém, nem esta dinastia sobreviveu aos levantes camponeses. Após diversas alternâncias entre dinastias (Jin, Sui, Tang, Song...), a China passou por domínio estrangeiro a partir da intervenção de Kublai Khan, neto de Gengis Khan, que estendeu suas conquistas ao território chinês em 1271 constituindo a dinastia Yuan. Neste período pode-se destacar a utilização da bússola na navegação e da pólvora nos armamentos. Em 1368, novamente revoltas camponesas destituíram a dinastia vigente e estabelecem uma nova, desta vez, a dinastia Ming, sendo esta também notável por avanços realizados em seu período de governo.
O declínio da dinastia Ming se deu no período de início da expansão comercial marítima europeia. Os chineses, ligados às doutrinas confucianas, acreditavam ser o centro do mundo, considerando os povos estrangeiros como bárbaros. Problemas de ordem econômica, as costumeiras revoltas e a expansão do reino manchu destituíram o domínio Ming em 1644. A nova dinastia Qing, assim chamada pelos manchus, também se valeu dos ideais de Confúcio e passou a aumentar o monopólio imperial, exercendo pesados impostos sobre as populações, que intentavam escapar dessa tributação. Com extensão até o século XIX, esta dinastia enfrentava conflitos internos e testemunhou o surgimentos de novos adversários, os europeus.
Resultado de imagem para china under foreign ruleOs ingleses produziam ópio na Índia e o comercializavam com a China em troca de produtos como chá, porcelana e seda. Este produto causou dependência química em milhões de chineses, além de outros problemas de ordem pública. Após a China intentar pôr um fim a este infame comércio, foi desencadeada a primeira das Guerras do Ópio (1839-42), que significou o primeiro de vários processos de repartição do território chinês em áreas de influência de potências estrangeiras. Estas buscaram importar matérias-primas e comercializar produtos no país. Por isso, construíram estradas de ferro, portos e fábricas. Buscava-se também manter a dinastia local no poder, a fim de a principal base social estivesse em uma figura conhecida para as populações. Durante o século XIX, entretanto, a China se engajou em conflitos como a guerra russo-chinesa (1858), a guerra franco-chinesa (1884-85), a primeira guerra sino-japonesa (1894-95) e a guerra sino-alemã (1898). Estas trouxeram derrotas e consequências humilhantes para a China. As populações, como de costume, se rebelaram contra o domínio estrangeiro, o que se pode evidenciar na Rebelião dos Taiping (1851-1864) e na Revolta dos Boxers (1899-1901)

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Recomendação de leitura: Capítulo "China Enters the Third World" do livro "Global Rift: The Third World Comes of Age" do autor L. S. Stavrianos. 

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